(Chidananda Rupa, Shivo ham, Shivo ham)
1. Eu não sou o corpo, nem os sentidos [nem] a mente [empírica], não sou o sentido do Eu, nem o conjunto das energias vitais, nem mesmo o intelecto. Estou muito longe de identificar-me com as mulheres; descendência, possessões e riquezas de distinta índole. Eu sou o si mesmo íntimo, o testemunho eterno: "Eu sou Shiva".
2. Assim como uma corda pode parecer uma cobra por ignorância de [sua natureza de] corda, da mesma maneira, o atman aparece como jiva, devido a ignorância sobre a natureza própria de atman. Entretanto, quando se corrige o erro ao afirmar [a natureza da ilusão da cobra], então se reconhece que se trata de uma corda. Assim, quando se diz que Eu não possuo corpo, [compreendo que] não sou um jiva, mas [o Si mesmo]: "Eu sou Shiva".
3. Em verdade, todo esse [universo], que não é a verdade absoluta, aparece em Sí mesmo - cuja natureza é realidade, conhecimento e beatitude - , por meio da ilusão. Entretanto, é tão real como a imagem de um sonho nascido de uma ilusão produzida pelo sonho. [Por outro lado], puro, pleno, eterno e único: "Eu sou Shiva".
4. Eu não tenho nascimento, nem crescimento, muito menos morte. Tudo aquilo que é qualidade pertencente a prakriti e, portanto, se diz que [somente] pode atingir ao corpo. Da mesma maneira, também a função de veículo, que se refere somente ao sentido de Eu e não Me pertence em absoluto, enquanto seja o Si mesmo que é pura Consciência: "Eu sou Shiva".
5. Portanto, não existe nenhum outro universo que seja independente de Mim; a objetividade [aparece como] externa [e essa] parece real, mas somente é uma projeção de maya que, tal como a imagem que se vê no espelho, se manifesta dentro de Mim, que sou pura Não-dualidade: "Eu sou Shiva".
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